É engraçada a ingenuidade das crianças. O Tiago já tem sete anos e parece até um mocinho. Tem opinião e sabe conversar assuntos algumas vezes difíceis para a sua faixa etária. Mas esta noite ele falou uma muita engraçada:
- Mãe, se o Bidu (nosso cachorro) comer uma sopa de letrinhas... será que ele começa a falar?
Não acreditei.e achei até que estava brincando...
- Você acha mesmo que isso seria possível, Tiago?
- Claro que sim! Tem um desenho na televisão que a cachorrinha comeu uma sopa de letras e começou a falar. A gente pode tentar dar uma sopa de letras para o Bidu também! - Concluiu cheio de esperanças.
"Eu sei da importância da interação mãe e filho na infância. Por isso, a minha prioridade é sempre investir em qualidade e quantidade de tempo ao lado deles. Procurando dar segurança, responsabilidade, limites, amizade, ética, respeito, espiritualidade,... Valores hoje difíceis de serem encontrados nos seres humanos. Acertarei muito e errarei também, mas tentando acertar. Além do amor materno incondicional que oferecerei por toda a minha existência.”
Páginas
O destino
Quando comecei a anotar as pérolas que meus filhos diziam, pensava apenas em transformá-las em um diário para eles guardarem para sempre. Contudo, em um determinado momento, que contarei mais a diante, estas passagens que viraram este blog tornaram-se um divisor de águas: ficou para trás uma felicidade ilusória e surgiu um lindo horizonte se abrindo pra mim, um renascimento. Eu havia me esquecido que tinha características únicas e que precisavam ser respeitadas. Foi como se eu voltasse a ser criança descobrindo que a possibilidade está em minhas mãos. Relembrei do quanto sou importante para mim mesma, da vivacidade que sempre tive, do meu valor e das minhas aptidões. Reerguendo-me de uma peça que o destino me pregou e dia após dia estancando a dor e curando as feridas.
Muitos quando souberam o que eu estava produzindo disseram que a idéia era a minha cara, É verdade, confesso que leva totalmente o meu jeito de ser. Eu sempre fui assim: a palhaça tímida. Gosto do hilário da vida real. Nunca fui da piada pronta, mas do engraçado no cotidiano. Daquilo que é verdadeiro, espontâneo. Sempre fui taxada de distraída, que esquece nomes e rostos. É verdade, esse é o meu defeito. Entretanto, hoje percebo que sou sensível e tenho facilidade de entrar em sintonia com qualquer forma de expressão, principalmente a das que brotam da alma de uma criança e não seja apenas fruto da intelectualidade de um adulto.
As crianças, através de suas descobertas e estranhamentos nos estimulam a ver o que não temos mais capacidade de enxergar. Reaprendemos a olhar a poética do cotidiano. Se tivesse ido trabalhar fora, como toda mulher hoje em dia, será que teria tanto material para este blog? Possivelmente não. Elas são tão rápidas e crescem num piscar de olhos e logo deixam de ser crianças e o que falam já não têm mais a mesma sutileza. Encanta-me a inocência, o fascínio pelo novo, a ausência de malícia, o desembaraço e a inteligência que muitos adultos não têm ou se um dia tiveram esqueceram em algum lugar da infância.
A partir do momento que o meu mais velho Ti (7) começou a falar, aos dois anos e meio, surgiram tiradas inteligentes, espirituosas, além de questionamentos pertinentes para quem está descobrindo o mundo. Antes que a memória começasse a falhar passei a registrá-las em um diário. E agora, aos três anos, o meu pequeno Fê também começou a dar o ar da graça. Então, imaginei a alegria que ia ser para os dois lerem tudo isso daqui alguns anos...
Meu marido e eu nos separamos em maio de 2009. Ti com seis anos e cinco meses e Fê com três anos e três meses. Essa, sem dúvida, foi à época mais difícil da minha vida. Uma tremenda rasteira que levei. Principalmente por eu sempre ter acreditado que o amor e o compromisso que assumimos de constituir uma família ultrapassaria qualquer crise, qualquer barreira. Mas não foi assim...
O que aconteceu para o rompimento não vem ao caso. E sim o que aconteceu comigo. É a velha história da mulher que se deixa de lado para se dedicar à família. Nos oito anos que duraram o casamento, os meus filhos e o meu marido eram a minha prioridade máxima. Naquela altura, era a meta que tinha sonhado atingir: ter uma família, saudável, estruturada e feliz! Por isso, o fim da relação causou um vazio sem igual. Afinal, o castelo ruiu. Não existia mais aquela família sólida e feliz. Por mais que não quisesse demonstrar o sofrimento às crianças, era humanamente impossível. Vivi um luto e ainda por cima tinha que ser forte para os meus filhos. Se tivesse algo consistente para afogar as mágoas ia ser mais fácil. Um trabalho para me devotar. Foi aí que surgiu a idéia deste blog.
Ele veio como um bálsamo. Foi a minha maior terapia e melhor companhia. Livrou-me por muitas vezes do abandono, da melancolia, da raiva e da culpa. Ele começou num momento triste, durante um processo difícil que é a separação. Contudo me trouxe lucidez e não deixou de ser prazeroso. Afinal, sempre tive o gosto pela escrita e pela comicidade da rotina. Não podia perder a alegria de viver, ainda mais com duas riquezas dentro de casa me cercando de amor e precisando de mim. Mesmo com o coração dilacerado pelo fracasso na minha história com meu marido consegui ter momentos de alegria e de emoção diante da sabedoria dos meus pequenos.
Eles foram os meus melhores professores. Proferiram frases tão profundas e intensas de amor. Frases inimagináveis e palavras edificantes em crianças de tão pouca idade. Inevitavelmente amadureceram antes do tempo e deixaram por muitas vezes de lado o mundo lúdico para entrar na problemática adulta. Dentro da ingenuidade deles me mostraram um caminho. Uma trilha simples e bonita que só eles são capazes de criar. O amor deles me preencheu de anseios e sonhos genuínos. Ao lado deles transformei a dor em crescimento, a dúvida em coragem, o desafio em vitória e o sonho em tangível realidade. Permitiram ir embora tudo o que não fazia mais sentido, o que era velho e de raízes fracas.
Espero que este blog possa contribuir como incentivo para muitas mulheres não deixarem de ir a luta mesmo quando estiverem vivendo um momento adverso...
Muitos quando souberam o que eu estava produzindo disseram que a idéia era a minha cara, É verdade, confesso que leva totalmente o meu jeito de ser. Eu sempre fui assim: a palhaça tímida. Gosto do hilário da vida real. Nunca fui da piada pronta, mas do engraçado no cotidiano. Daquilo que é verdadeiro, espontâneo. Sempre fui taxada de distraída, que esquece nomes e rostos. É verdade, esse é o meu defeito. Entretanto, hoje percebo que sou sensível e tenho facilidade de entrar em sintonia com qualquer forma de expressão, principalmente a das que brotam da alma de uma criança e não seja apenas fruto da intelectualidade de um adulto.
As crianças, através de suas descobertas e estranhamentos nos estimulam a ver o que não temos mais capacidade de enxergar. Reaprendemos a olhar a poética do cotidiano. Se tivesse ido trabalhar fora, como toda mulher hoje em dia, será que teria tanto material para este blog? Possivelmente não. Elas são tão rápidas e crescem num piscar de olhos e logo deixam de ser crianças e o que falam já não têm mais a mesma sutileza. Encanta-me a inocência, o fascínio pelo novo, a ausência de malícia, o desembaraço e a inteligência que muitos adultos não têm ou se um dia tiveram esqueceram em algum lugar da infância.
A partir do momento que o meu mais velho Ti (7) começou a falar, aos dois anos e meio, surgiram tiradas inteligentes, espirituosas, além de questionamentos pertinentes para quem está descobrindo o mundo. Antes que a memória começasse a falhar passei a registrá-las em um diário. E agora, aos três anos, o meu pequeno Fê também começou a dar o ar da graça. Então, imaginei a alegria que ia ser para os dois lerem tudo isso daqui alguns anos...
Meu marido e eu nos separamos em maio de 2009. Ti com seis anos e cinco meses e Fê com três anos e três meses. Essa, sem dúvida, foi à época mais difícil da minha vida. Uma tremenda rasteira que levei. Principalmente por eu sempre ter acreditado que o amor e o compromisso que assumimos de constituir uma família ultrapassaria qualquer crise, qualquer barreira. Mas não foi assim...
O que aconteceu para o rompimento não vem ao caso. E sim o que aconteceu comigo. É a velha história da mulher que se deixa de lado para se dedicar à família. Nos oito anos que duraram o casamento, os meus filhos e o meu marido eram a minha prioridade máxima. Naquela altura, era a meta que tinha sonhado atingir: ter uma família, saudável, estruturada e feliz! Por isso, o fim da relação causou um vazio sem igual. Afinal, o castelo ruiu. Não existia mais aquela família sólida e feliz. Por mais que não quisesse demonstrar o sofrimento às crianças, era humanamente impossível. Vivi um luto e ainda por cima tinha que ser forte para os meus filhos. Se tivesse algo consistente para afogar as mágoas ia ser mais fácil. Um trabalho para me devotar. Foi aí que surgiu a idéia deste blog.
Ele veio como um bálsamo. Foi a minha maior terapia e melhor companhia. Livrou-me por muitas vezes do abandono, da melancolia, da raiva e da culpa. Ele começou num momento triste, durante um processo difícil que é a separação. Contudo me trouxe lucidez e não deixou de ser prazeroso. Afinal, sempre tive o gosto pela escrita e pela comicidade da rotina. Não podia perder a alegria de viver, ainda mais com duas riquezas dentro de casa me cercando de amor e precisando de mim. Mesmo com o coração dilacerado pelo fracasso na minha história com meu marido consegui ter momentos de alegria e de emoção diante da sabedoria dos meus pequenos.
Eles foram os meus melhores professores. Proferiram frases tão profundas e intensas de amor. Frases inimagináveis e palavras edificantes em crianças de tão pouca idade. Inevitavelmente amadureceram antes do tempo e deixaram por muitas vezes de lado o mundo lúdico para entrar na problemática adulta. Dentro da ingenuidade deles me mostraram um caminho. Uma trilha simples e bonita que só eles são capazes de criar. O amor deles me preencheu de anseios e sonhos genuínos. Ao lado deles transformei a dor em crescimento, a dúvida em coragem, o desafio em vitória e o sonho em tangível realidade. Permitiram ir embora tudo o que não fazia mais sentido, o que era velho e de raízes fracas.
Espero que este blog possa contribuir como incentivo para muitas mulheres não deixarem de ir a luta mesmo quando estiverem vivendo um momento adverso...
sexta-feira, julho 30, 2010
quarta-feira, julho 28, 2010
Bolachas
terça-feira, julho 27, 2010
Amigo
Quando vamos ao interior as crianças têm um amiguinho que adoram. Ele chama-se Aruã, é gorducho e tem nove anos. Toda vez que vamos embora, eles ficam tristonhos em ter de se despedir do menino. Nestas férias, o Felipe veio com essa:
- Mãe, a gente pode levar o Aruã pra São Paulo com a gente?- Ah é? E aonde ele vai dormir? - Perguntei brincando.
Ele achou uma solução mais do que depressa:
- A gente pode tirar os meus brinquedos do armário e ele dorme lá dentro, sentado
O Tiago escutando aquilo, reprovou:
segunda-feira, julho 26, 2010
O inevitável da separação
Gostaria de redigir apenas coisas hilárias dos meus filhos neste blog. E a maior parte do tempo procuro sempre tirar fatos engraçados até mesmo das minhas "tragédias pessoais". Mas vira e mexe o assunto separação vem a tona... é o momento que passo, não tem jeito. Se não bastasse a tristeza pela ruptura do casamento, tenho que pensar em partilha de bens, pensão, dividir os meus filhos com o pai. Em pensar de que terei de abrir mão de passar Natal ou Ano Novo neste ano com os meus filhos... Já sofro por antecipação. Embora saiba que tudo isso é inevitável, confesso que é duro encarar essa minha nova realidade.
sexta-feira, julho 23, 2010
Protetor Solar
quarta-feira, julho 21, 2010
Retorno
Sempre viajamos para o interior nas férias. As crianças amam a casa de campo dos avós. O contato com a natureza higieniza a mente e a possibilidade de ficar a vontade, em família, é maravilhoso. Esses dias no interior me fazem lembrar da minha infância quando ainda era possível brincar na rua. Nas férias, quase não havia hora para nada... a não ser brincar. E são assim as férias dos meus pequenos. Brincam até se cansarem. Difícil saber quando isso acontece... O pedido mais recorrente dessas férias foi: " Já? Só mais um pouquinho..." Esconde-esconde, futebol, pular corda, empinar pipa... que saudade!
terça-feira, julho 20, 2010
Selinho
Cheguei hoje de viagem e tive uma linda surpresa. Esse selo enviado pela querida amiga Lucinha. Fiquei muito contente pelo carinho e pela lembrança. O blog dela é que merece este selo! Toda vez que entro lá sinto uma alegria imensa. São só bons pensamentos, energia positiva, textos enriquecedores e que tocam a nossa alma. Vale a pena conhecer: http://luciafortaleza.blogspot.com/ (Lucinha)
Os blogs que indico para receberem também este selo:
sexta-feira, julho 09, 2010
Férias
As férias chegaram e as minhas acabaram... Estarei longe por um tempinho. Vamos viajar e ficar no meio do mato... Sem o meu amigo computador, ficarei ainda mais tempo com as crianças. Eles adoram e eu também! Tenho que aproveitar enquanto a minha presença é super requisitada. Pois logo logo... vão querer os seus espaços... e a mamãe vai ser careta. Espero voltar de lá cheia de novas historinhas! Beijos!
quinta-feira, julho 08, 2010
Fantasia
Voltando de uma festa de aniversário com o tema do Sítio do Picapau Amarelo e a presença dos personagens... Tiago zombou do irmão:
- Eram sim – Disse crédulo Felipe.
- Claro que não! Você é muito pequeno para entender mesmo... Eram apenas monitores vestidos dos personagens! – Revelou destruindo sem dó a fantasia do irmão e mostrando maturidade. Mas continuou:
- Os verdadeiros moram no Sítio e não podem ir às festas de aniversários...
- Você acreditou que aquelas eram a Cuca e a Emília?
- Claro que não! Você é muito pequeno para entender mesmo... Eram apenas monitores vestidos dos personagens! – Revelou destruindo sem dó a fantasia do irmão e mostrando maturidade. Mas continuou:
- Os verdadeiros moram no Sítio e não podem ir às festas de aniversários...
terça-feira, julho 06, 2010
Pensamentos incríveis
E começavam os finais de semana alternados com as crianças. Um comigo e o outro com o pai. O Tiago sofria quando tinha que ficar longe de mim. Então, ele soltou a imaginação e me emocionou:
- Mãe, eu queria morrer na sexta-feira, ficar de binóculo numa nuvem com Jesus... só olhando aonde você está e voltar a viver na segunda para estar ao seu lado de novo.
segunda-feira, julho 05, 2010
Modelo
Na novela das oito, “Viver a Vida”, a atriz Aline Moraes interpretava Luciana uma modelo famosa que ficava tetraplégica depois de um acidente. Levei o Tiago e o Felipe para uma sessão de fotos em um estúdio. Surpreendentemente, o Felipe se comportou muito bem e fez as poses pedidas pela fotógrafa. Já o Tiago não colaborou e deu muito trabalho. Ao final, parabenizei o Felipe e dei uma bronca no Tiago:
- Fê, você tem jeito para ser modelo. Já o Tiago... só bagunçou e não vai poder ser!
O mais velho deu de ombros e despeitado disse:
- Eu não quero ser modelo mesmo! Deixa o Felipe ser... Pior pra ele, porque aí ele pode ficar “patatético” que nem a Luciana da novela...
sexta-feira, julho 02, 2010
Emoções na Copa
Acabamos de assistir mais uma desclassificação do Brasil nas quartas de finais. Ao ver a carinha de frustração do Tiago, me reportei às Copas de 82 e 86 quando chorei a beça pelos fracassos das seleções de Telê nos Mundiais. Criança menor é que não sofre... No finalzinho da partida, vendo a cara de todos de decepção, o Felipe já tinha virado a casaca e gritava: "Holanda eh oh! Holanda eh oh!" Boa estratégia para driblar a tristeza e sair vencedor. Como ele mesmo disse: Por que está todo mundo triste? É só um jogo de futebol!
quinta-feira, julho 01, 2010
Mochila Nova
O Tiago finalmente escolheu a sua mochila para o novo ano letivo. Saíra da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Portanto, não queria uma com qualquer motivo infantil. Preferiu uma bem grande, neutra, na cor vermelha. Logo no primeiro mês de aula, ele reclamou que a mochila era muito grande e estava pesada. Contudo, teimoso, ele não quis abrir mão da nova mochila.
- Mas Tiago, você mal consegue carregá-la... Qualquer hora vai acabar caindo na escada da escola! – Alertei-o.
- E daí? Na minha escola tem enfermaria! – Respondeu contundente.
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