Como é difícil alimentar o Tiago! Desde pequeno, ele é extremamente seletivo. Tem muita dificuldade em experimentar algo novo. Ele não aceita carne, frango e peixe. Pra que ele fique sempre bem nutrido, costumo camuflar esses alimentos bem picados no meio do arroz e feijão. Certa vez, ao comer arroz, feijão e carne assada desfiada, ele começou a colocar a carne no canto do prato reclamando furioso:
- Estou tirando uns “barbantes” que a Lucia (cozinheira) colocou no arroz e feijão!
"Eu sei da importância da interação mãe e filho na infância. Por isso, a minha prioridade é sempre investir em qualidade e quantidade de tempo ao lado deles. Procurando dar segurança, responsabilidade, limites, amizade, ética, respeito, espiritualidade,... Valores hoje difíceis de serem encontrados nos seres humanos. Acertarei muito e errarei também, mas tentando acertar. Além do amor materno incondicional que oferecerei por toda a minha existência.”
Páginas
O destino
Quando comecei a anotar as pérolas que meus filhos diziam, pensava apenas em transformá-las em um diário para eles guardarem para sempre. Contudo, em um determinado momento, que contarei mais a diante, estas passagens que viraram este blog tornaram-se um divisor de águas: ficou para trás uma felicidade ilusória e surgiu um lindo horizonte se abrindo pra mim, um renascimento. Eu havia me esquecido que tinha características únicas e que precisavam ser respeitadas. Foi como se eu voltasse a ser criança descobrindo que a possibilidade está em minhas mãos. Relembrei do quanto sou importante para mim mesma, da vivacidade que sempre tive, do meu valor e das minhas aptidões. Reerguendo-me de uma peça que o destino me pregou e dia após dia estancando a dor e curando as feridas.
Muitos quando souberam o que eu estava produzindo disseram que a idéia era a minha cara, É verdade, confesso que leva totalmente o meu jeito de ser. Eu sempre fui assim: a palhaça tímida. Gosto do hilário da vida real. Nunca fui da piada pronta, mas do engraçado no cotidiano. Daquilo que é verdadeiro, espontâneo. Sempre fui taxada de distraída, que esquece nomes e rostos. É verdade, esse é o meu defeito. Entretanto, hoje percebo que sou sensível e tenho facilidade de entrar em sintonia com qualquer forma de expressão, principalmente a das que brotam da alma de uma criança e não seja apenas fruto da intelectualidade de um adulto.
As crianças, através de suas descobertas e estranhamentos nos estimulam a ver o que não temos mais capacidade de enxergar. Reaprendemos a olhar a poética do cotidiano. Se tivesse ido trabalhar fora, como toda mulher hoje em dia, será que teria tanto material para este blog? Possivelmente não. Elas são tão rápidas e crescem num piscar de olhos e logo deixam de ser crianças e o que falam já não têm mais a mesma sutileza. Encanta-me a inocência, o fascínio pelo novo, a ausência de malícia, o desembaraço e a inteligência que muitos adultos não têm ou se um dia tiveram esqueceram em algum lugar da infância.
A partir do momento que o meu mais velho Ti (7) começou a falar, aos dois anos e meio, surgiram tiradas inteligentes, espirituosas, além de questionamentos pertinentes para quem está descobrindo o mundo. Antes que a memória começasse a falhar passei a registrá-las em um diário. E agora, aos três anos, o meu pequeno Fê também começou a dar o ar da graça. Então, imaginei a alegria que ia ser para os dois lerem tudo isso daqui alguns anos...
Meu marido e eu nos separamos em maio de 2009. Ti com seis anos e cinco meses e Fê com três anos e três meses. Essa, sem dúvida, foi à época mais difícil da minha vida. Uma tremenda rasteira que levei. Principalmente por eu sempre ter acreditado que o amor e o compromisso que assumimos de constituir uma família ultrapassaria qualquer crise, qualquer barreira. Mas não foi assim...
O que aconteceu para o rompimento não vem ao caso. E sim o que aconteceu comigo. É a velha história da mulher que se deixa de lado para se dedicar à família. Nos oito anos que duraram o casamento, os meus filhos e o meu marido eram a minha prioridade máxima. Naquela altura, era a meta que tinha sonhado atingir: ter uma família, saudável, estruturada e feliz! Por isso, o fim da relação causou um vazio sem igual. Afinal, o castelo ruiu. Não existia mais aquela família sólida e feliz. Por mais que não quisesse demonstrar o sofrimento às crianças, era humanamente impossível. Vivi um luto e ainda por cima tinha que ser forte para os meus filhos. Se tivesse algo consistente para afogar as mágoas ia ser mais fácil. Um trabalho para me devotar. Foi aí que surgiu a idéia deste blog.
Ele veio como um bálsamo. Foi a minha maior terapia e melhor companhia. Livrou-me por muitas vezes do abandono, da melancolia, da raiva e da culpa. Ele começou num momento triste, durante um processo difícil que é a separação. Contudo me trouxe lucidez e não deixou de ser prazeroso. Afinal, sempre tive o gosto pela escrita e pela comicidade da rotina. Não podia perder a alegria de viver, ainda mais com duas riquezas dentro de casa me cercando de amor e precisando de mim. Mesmo com o coração dilacerado pelo fracasso na minha história com meu marido consegui ter momentos de alegria e de emoção diante da sabedoria dos meus pequenos.
Eles foram os meus melhores professores. Proferiram frases tão profundas e intensas de amor. Frases inimagináveis e palavras edificantes em crianças de tão pouca idade. Inevitavelmente amadureceram antes do tempo e deixaram por muitas vezes de lado o mundo lúdico para entrar na problemática adulta. Dentro da ingenuidade deles me mostraram um caminho. Uma trilha simples e bonita que só eles são capazes de criar. O amor deles me preencheu de anseios e sonhos genuínos. Ao lado deles transformei a dor em crescimento, a dúvida em coragem, o desafio em vitória e o sonho em tangível realidade. Permitiram ir embora tudo o que não fazia mais sentido, o que era velho e de raízes fracas.
Espero que este blog possa contribuir como incentivo para muitas mulheres não deixarem de ir a luta mesmo quando estiverem vivendo um momento adverso...
Muitos quando souberam o que eu estava produzindo disseram que a idéia era a minha cara, É verdade, confesso que leva totalmente o meu jeito de ser. Eu sempre fui assim: a palhaça tímida. Gosto do hilário da vida real. Nunca fui da piada pronta, mas do engraçado no cotidiano. Daquilo que é verdadeiro, espontâneo. Sempre fui taxada de distraída, que esquece nomes e rostos. É verdade, esse é o meu defeito. Entretanto, hoje percebo que sou sensível e tenho facilidade de entrar em sintonia com qualquer forma de expressão, principalmente a das que brotam da alma de uma criança e não seja apenas fruto da intelectualidade de um adulto.
As crianças, através de suas descobertas e estranhamentos nos estimulam a ver o que não temos mais capacidade de enxergar. Reaprendemos a olhar a poética do cotidiano. Se tivesse ido trabalhar fora, como toda mulher hoje em dia, será que teria tanto material para este blog? Possivelmente não. Elas são tão rápidas e crescem num piscar de olhos e logo deixam de ser crianças e o que falam já não têm mais a mesma sutileza. Encanta-me a inocência, o fascínio pelo novo, a ausência de malícia, o desembaraço e a inteligência que muitos adultos não têm ou se um dia tiveram esqueceram em algum lugar da infância.
A partir do momento que o meu mais velho Ti (7) começou a falar, aos dois anos e meio, surgiram tiradas inteligentes, espirituosas, além de questionamentos pertinentes para quem está descobrindo o mundo. Antes que a memória começasse a falhar passei a registrá-las em um diário. E agora, aos três anos, o meu pequeno Fê também começou a dar o ar da graça. Então, imaginei a alegria que ia ser para os dois lerem tudo isso daqui alguns anos...
Meu marido e eu nos separamos em maio de 2009. Ti com seis anos e cinco meses e Fê com três anos e três meses. Essa, sem dúvida, foi à época mais difícil da minha vida. Uma tremenda rasteira que levei. Principalmente por eu sempre ter acreditado que o amor e o compromisso que assumimos de constituir uma família ultrapassaria qualquer crise, qualquer barreira. Mas não foi assim...
O que aconteceu para o rompimento não vem ao caso. E sim o que aconteceu comigo. É a velha história da mulher que se deixa de lado para se dedicar à família. Nos oito anos que duraram o casamento, os meus filhos e o meu marido eram a minha prioridade máxima. Naquela altura, era a meta que tinha sonhado atingir: ter uma família, saudável, estruturada e feliz! Por isso, o fim da relação causou um vazio sem igual. Afinal, o castelo ruiu. Não existia mais aquela família sólida e feliz. Por mais que não quisesse demonstrar o sofrimento às crianças, era humanamente impossível. Vivi um luto e ainda por cima tinha que ser forte para os meus filhos. Se tivesse algo consistente para afogar as mágoas ia ser mais fácil. Um trabalho para me devotar. Foi aí que surgiu a idéia deste blog.
Ele veio como um bálsamo. Foi a minha maior terapia e melhor companhia. Livrou-me por muitas vezes do abandono, da melancolia, da raiva e da culpa. Ele começou num momento triste, durante um processo difícil que é a separação. Contudo me trouxe lucidez e não deixou de ser prazeroso. Afinal, sempre tive o gosto pela escrita e pela comicidade da rotina. Não podia perder a alegria de viver, ainda mais com duas riquezas dentro de casa me cercando de amor e precisando de mim. Mesmo com o coração dilacerado pelo fracasso na minha história com meu marido consegui ter momentos de alegria e de emoção diante da sabedoria dos meus pequenos.
Eles foram os meus melhores professores. Proferiram frases tão profundas e intensas de amor. Frases inimagináveis e palavras edificantes em crianças de tão pouca idade. Inevitavelmente amadureceram antes do tempo e deixaram por muitas vezes de lado o mundo lúdico para entrar na problemática adulta. Dentro da ingenuidade deles me mostraram um caminho. Uma trilha simples e bonita que só eles são capazes de criar. O amor deles me preencheu de anseios e sonhos genuínos. Ao lado deles transformei a dor em crescimento, a dúvida em coragem, o desafio em vitória e o sonho em tangível realidade. Permitiram ir embora tudo o que não fazia mais sentido, o que era velho e de raízes fracas.
Espero que este blog possa contribuir como incentivo para muitas mulheres não deixarem de ir a luta mesmo quando estiverem vivendo um momento adverso...
Rsrsrss....que fofo....mas sabe, continue dando de tudo, mesmo que não como agora, mais pra frente pode ser que acabe comendo e vai te surpreender, como o meu filho mais novo que agora come de quase tudo rsrss...
ResponderExcluirTenha um lindo final de semana...beijinhos...
Valéria
Hahaha barbantes no arroz e feijão é ótimo! rs Eu tbm era assim quando criança... rs Hoje em dia como de tudo!rs
ResponderExcluirBjs e bom fim de semana!
oi querida nossa adorei o teu blog, virei tua seguidora, assim posso voltar aqui mais vezes, tenho um casalzinho.
ResponderExcluirNossa o Caio é muito parecido com teu filho nos habitos alimentare, é chato pra comer, o problema dele é verduras e legumes. Verde nem pensar no prato dele e legume só cenoura hahaha, ai eu sofro desde que comecei a introduzir o salgado, isso faz quase 7 anos, hoje ele esta com 7anos e meio, ai tu viu né...
Nossa adorei o barbante, que fofo que ele é...por isso a Mariana, ja estou acostumando desde agora ou melhor desde antes hehehe..bjs na duplinha linda!
Hehehe seus filhos sao muito fofos e eu adoro sua maneira de escrever! Parece que estou lendo aquelas piadihas do 'Seleçoes Readers's Digest' ahahahah
ResponderExcluirQuando seus filhos crescerem, este blog vai ser uma otima lembrança pra eles, guarde tudo!!
beijinhos e bom final de semana!
hahahahahahaha barbantes???? Essa foi ótima!
ResponderExcluirBjo, bjo! ;)
KKKKKKKKKKKKKK. E não é que ele tem razão. Carne assada parece mesmo com barbante. Genial esse seu menino. Beijos e obrigada pelas palavras carinhosas deixadas no Arca. Ter te conhecido foi muito bom.
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